5 de fevereiro de 2017
Com o retorno das atividades no
Congresso Nacional e após a escolha dos novos presidentes da Câmara dos
Deputados e do Senado, as casas legislativas retomam a apreciação de matérias
nesta semana.
Estão entre as pautas do
Congresso em 2017 as reformas previdenciária e trabalhista – propostas pelo
governo federal – bem como a discussão do pacote anticorrupção, o socorro aos
estados em grave crise econômica, a reforma do ensino médio e a regulamentação
do aplicativo Uber.
De acordo com o que prevê o
presidente reeleito da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, a reforma da
Previdência (PEC 287/16) e a reforma trabalhista (PL 6787/16) serão aprovadas
neste primeiro semestre para “garantir a recuperação econômica do país”.
Reforma da Previdência
A Câmara deve criar e instalar em
fevereiro a comissão especial que vai discutir a proposta de reforma da
Previdência. A PEC prevê idade mínima de 65 anos para homens e mulheres
poderem se aposentar e tempo de contribuição de 49 anos para o cidadão receber
a aposentadoria integral.
A tramitação do texto foi
aprovada em dezembro pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que
analisou se a proposta feria algum princípio constitucional. Foram 31 votos
favoráveis à continuidade da proposta e 20 contrários à PEC.
Reforma trabalhista
O governo enviou ao Congresso, em
dezembro de 2016, uma proposta de reforma da legislação trabalhista: o Projeto
de Lei 6787/16. Segundo o Executivo federal, o pacote de modificações
estabelece a prevalência de acordos e convenções coletivas entre patrões e
empregados sobre a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).
Serão 13 pontos que, negociados entre patrões e empregados, em caso de acordo
passarão a ter força de lei. Esses pontos incluem parcelamento de férias, banco
de horas, jornada de trabalho e remuneração por produtividade. A proposta
proíbe a alteração por acordo coletivo de normas de segurança e medicina do
trabalho.
Ainda, de acordo com a proposta,
a Justiça do Trabalho, ao analisar a convenção trabalhista, deve seguir o
princípio da intervenção mínima na autonomia da negociação.
Reforma política
Para valer na próxima eleição,
qualquer alteração na legislação eleitoral precisa se tornar lei antes de
outubro de 2017. Por isso, a Comissão Especial da Reforma Política vai priorizar alterações
legislativas com foco nas eleições de 2018, quando serão escolhidos o novo
presidente da República, bem como governadores e senadores, além de deputados
federais e estaduais.
Entre os 15 tópicos da reforma
política, estão temas como financiamento e sistema de votação. Ainda fazem
parte do pacote o possível fim da reeleição e do voto obrigatório, a
coincidência de eleições, a duração dos mandatos, o estímulo à participação das
mulheres na política e os mecanismos de democracia direta. Outro eixo da
reforma diz respeito aos partidos políticos e envolve debates sobre cláusulas
de barreira, coligações e federações partidárias.
Reforma tributária
Um dos temas mais debatidos no
Congresso é a reforma do sistema tributário. Em dezembro de 2016, o presidente Michel Temer afirmou que “o foco do governo em 2017 será a
reforma tributária, para tornar a legislação mais simplificada”.
“Uma questão que me angustia
sempre é a tributária. Penso eu então: porque não levá-la adiante? Agora, o
Executivo quer se empenhar na reforma tributária, de forma a simplificá-la. É
mais uma reforma que queremos patrocinar e levar adiante”, disse Temer na
ocasião.
Nesta primeira quinzena de
fevereiro, mais uma proposta de reforma tributária será apresentada na Câmara,
desta vez pelo deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR). O parlamentar defende a
extinção de diversos tributos incidentes sobre o consumo e o fim da guerra
fiscal entre estados.
A proposta de Hauly não é a única
a tratar do tema. A bancada da oposição tem uma alternativa, que inclui medidas
como tributação maior sobre os lucros das empresas, o imposto de renda
progressivo e o aumento do financiamento do Fundo de Participação dos Estados.
Reforma do ensino médio
Em 2017, os senadores devem
analisar em plenário a medida provisória que estabelece a reforma do ensino
médio, flexibilizando o currículo obrigatório. A reforma tem prioridade e deve
ser um dos primeiros temas a serem debatidos no Senado.
Os senadores têm um mês para
deliberar sobre a medida, após o retorno do recesso parlamentar. Caso não seja
aprovada até o dia 2 de março, a medida provisória perderá a validade.
Ensino em tempo integral e
flexibilização curricular são pontos centrais da reforma. A proposta amplia a
carga horária mínima anual, hoje fixada em 800 horas, para 1,4 mil horas, de
forma progressiva. Segundo o texto, em até cinco anos, a partir da publicação
das mudanças na lei, os sistemas de ensino deverão oferecer, pelo menos, mil
horas anuais de carga horária.
A proposta foi aprovada na Câmara
no fim de 2016. No ano passado, a reforma foi tema de uma série de protestos
estudantis pelo país, com ocupações de escolas, para pressionar pela sua
suspensão. Há ainda duas ações diretas de Inconstitucionalidade sobre o tema
que dependem de julgamento no Supremo Tribunal Federal.
Socorro aos estados endividados
O governo federal estuda uma
forma de ajudar os estados em situação financeira mais grave – como o Rio de
Janeiro, Minas Gerais e o Rio Grande do Sul. O primeiro estado a negociar a
recuperação com o Palácio do Planalto foi o Rio de Janeiro. O governo federal
decidiu negociar diretamente com os governos estaduais um pacote de recuperação
fiscal. A medida é uma opção ao projeto de lei que estabelecia o Regime de Recuperação Fiscal dos Estados.
Temer vetou artigos do projeto de
lei, em consequência das mudanças no texto original. Os deputados retiraram a parte que trataria de um Regime de
Recuperação Fiscal para os estados em pior situação.
Regulamentação do Uber
Uma comissão especial foi criada na Câmara para discutir o
monopólio dos táxis e debater a regularização do aplicativo Uber. O colegiado
terá até 30 de março para discutir e aprovar um parecer sobre o tema, que
depois seguirá para o plenário.
A proposta dá exclusividade aos
taxistas no transporte de passageiros em todo o país (PL 5587/16). Pelo texto,
caberá às prefeituras definir as tarifas mínimas e máximas a serem cobradas dos
passageiros.
De acordo com o projeto, qualquer
serviço de transporte de passageiros deve ser oferecido somente por meio de
veículos que tenham a caixa luminosa externa com a palavra “táxi”,. além de
taxímetro. No Uber, carros particulares com motoristas são utilizados para o
transporte pago de pessoas. De acordo com a empresa, isso inviabiliza o serviço
nos moldes existentes hoje.
Pente-fino no INSS
Os parlamentares terão ainda que
analisar um projeto de lei que estabelece um pente-fino nos benefícios pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social
(INSS).
Em julho de 2016, o governo
federal editou uma medida provisória sobre o assunto, mas o texto não foi
apreciado a tempo pelo Congresso e perdeu a validade. Então, um projeto de lei
com o mesmo teor foi enviado ao Congresso. Como o projeto não foi apreciado
antes do recesso, o governo editou nova medida provisória.
A proposta restringe o direito
aos benefícios do INSS para quem não contribui por algum tempo. Antes, quem
perdesse a qualidade de segurado deveria pagar quatro meses de contribuição
para voltar a ter direito ao auxílio-doença e ao salário-maternidade. O novo
texto exige 12 meses de novos pagamentos.
O texto ainda exclui da perícia
médica especial os aposentados por invalidez e os pensionistas inválidos com 60
anos ou mais.
Abuso de autoridade
O projeto modifica o texto da Lei
de Abuso de Autoridade, que é de 1965. O PLS 280/2016, que aumenta a pena para
o crime de abuso de autoridade, vai tramitar na Comissão de Constituição,
Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado Federal assim que o recesso parlamentar
acabar. A discussão da proposta chegou a ser iniciada no plenário em dezembro,
mas o então presidente do Senado, Renan Calheiros, retirou a matéria da pauta.
Um dos pontos polêmicos da
matéria prevê que servidores públicos e membros do Judiciário e do Ministério
Público possam ser punidos caso sejam determinadas prisões “fora das hipóteses
legais", como ao submeter presos ao uso de algemas sem que apresentem
resistência à prisão e fazer escutas sem autorização judicial, atingindo
“terceiros não incluídos no processo judicial ou inquérito”.
A proposta foi debatida em uma
comissão geral, mas, diante dos protestos de setores do Judiciário e do
Ministério Público – entre os quais integrantes da força-tarefa da Operação
Lava Jato – o então presidente do Senado Renan Calheiros retirou o texto da
pauta de votações.
Pacote anticorrupção
Também está indefinida a análise
pelos senadores do pacote de medidas anticorrupção, que foi votado no plenário
da Câmara em uma sessão que avançou pela madrugada. A tramitação das medidas,
inicialmente propostas pelo Ministério Público, está suspensa.
Em dezembro, o ministro do
Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux determinou, em decisão liminar, que o
pacote aprovado pela Câmara fosse devolvido pelo Senado aos deputados para ser
votado novamente.
De acordo com Fux, a tramitação do
texto não obedeceu aos trâmites necessários para um projeto de iniciativa
popular. Tanto a Câmara quanto o Senado recorreram da decisão.
Repórter: Líria Jade
Agência Brasil
Edição: Amanda Cieglinski
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