6 de junho de 2012

OS PERIGOS DA AUTOMEDICAÇÃO


Automedicação é a utilização de medicamentos sem a prescrição/orientação/supervisão médica. Inclui-se nesta designação genérica a prescrição (ou orientação) de medicamentos por pessoas não habilitadas.
O uso desnecessário, assim como a utilização de medicamentos em situações impróprias, expõe os usuários a riscos de reações indesejáveis e intoxicações medicamentosas.
Alguns medicamentos apresentam uma janela terapêutica muito estreita, ou seja, a dose que promove efeito terapêutico é muito próxima da dose que culmina em um efeito indesejável, podendo este ser letal. Este comportamento dos medicamentos foi descrito por um renomado cientista suíço Paracelso (1493-1541) cuja frase célebre ilustra o assunto “Não há nada na natureza que não seja venenoso. Somente a dose certa diferencia o veneno do remédio”.
A automedicação, além de poder trazer malefícios para o indivíduo, pode acarretar em danos para toda a comunidade, como o uso indiscriminado de antimicrobianos, uma vez que, de acordo com a OMS a resistência antimicrobiana está aumentando na maioria das doenças infecciosas. Tornando a questão um problema da saúde pública e, podendo acarretar em dificuldade de se tratar doenças que anteriormente eram mais facilmente tratadas.
A OMS aponta como riscos da automedicação: diagnosticar a doença incorretamente; escolher uma terapia inadequada; retardar o reconhecimento da doença, com a possibilidade de agravá-la; tomar medicamentos de modo errado; usar uma dosagem insuficiente ou excessiva; utilizar o medicamento por período curto ou prolongado demais; tornar-se dependente do medicamento; possibilitar o aparecimento de efeitos indesejáveis graves; não reconhecer riscos farmacológicos especiais; desconhecer as possíveis interações com outros medicamentos além de possibilitar o aparecimento de reações alérgicas.
As razões pelas quais as pessoas se automedicam são inúmeras. A propaganda desenfreada e massiva de determinados medicamentos contrasta com as tímidas campanhas que tentam esclarecer os perigos da automedicação. A dificuldade e o custo de se conseguir uma opinião médica, a limitação do poder prescritivo, restrito a poucos profissionais de saúde, o desespero e a angústia desencadeados por sintomas ou pela possibilidade de se adquirir uma doença, informações sobre medicamentos obtidos à boca pequena, na internet ou em outros meios de comunicação, a falta de regulamentação e fiscalização daqueles que vendem e a falta de programas educativos sobre os efeitos muitas vezes irreparáveis da automedicação, são alguns dos motivos que levam as pessoas a utilizarem medicamento mais próximo.
Este é um problema universal, antigo e de grandes proporções, que requer meios para minimizá-lo como: Programas de orientação para profissionais de saúde, farmacêuticos, balconistas e população em geral, além do estímulo a fiscalização apropriada, para que assim diminua-se os efeitos indesejados desta prática tão comumente utilizada pela população.

Enfermeira Clissa Xavier

0 comentários:

Postar um comentário












NOTÍCIA CRISTÃ

Tecnologia do Blogger.

Postagens populares

Arquivo