A Ordem dos Pastores Evangélicos de Natal (OPEN), entidade que congrega 84 pastores de 30 denominações evangélicas, manifestam publicamente apoio às investigações da Operação Impacto procedidas pelo Ministério Público. Os promotores denunciaram o suposto envolvimento de 13 vereadores, entre eles três dos cinco parlamentares da bancada evangélica na Câmara Municipal de Natal, no episódio em que empresários da capital teriam tentado influir na votação do novo Plano Diretor mediante o pagamento de propinas. A posição da entidade foi divulgada no "Manifesto da OPEN sobre a Operação Impacto" na qual repudia o envolvimento dos vereadores evangélicos, porém sem denominá-los. Dentre os parlamentares denunciados por corrupção passiva estão os evangélicos Adenúbio Melo (PSB), Salatiel de Souza (PSB) e Sargento Siqueira (PV). O secretário-geral da Ordem dos Pastores Evangélicos de Natal (OPEN), pastor Zwinglio de Andrade Costa, disse não pré-julgar os evangélicos denunciados, mas está triste com o episódio. "O bom seria que o nome sempre estivesse associado a comportamento e atitudes que honrem a Jesus Cristo, o que pressupõe a verdade, a justiça e a generosidade", observou. "Não estou fazendo qualquer afirmação quanto às pessoas envolvidas, o julgamento cabe à Justiça, mas o fato de estarem envolvidos muito nos entristece". O manifesto da OPEN afirma que "o princípio da autoridade foi estabelecido por Deus e nesse sentido o povo de Deus prestigia, respeita e se submete às autoridades constituídas; a autoridade política é necessária à vida da cidade para promover a justiça e o bem público, e coibir a injustiça e tudo aquilo que atenta contra a saúde da sociedade. A autoridade política é, portanto, legitimada à medida que cumpre o seu papel de promover o bem público e a justiça". O texto se manifesta ainda recomendando "verificação cuidadosa para evitar a absolvição de culpados e a condenação de inocentes". A entidade de pastores no mesmo texto enumera ações que "repudia categoricamente": "Toda e qualquer manobra que enfraqueça as instituições democráticas, instituições do povo, e atente contra a reputação de pessoas; toda e qualquer prática de corrupção política por entender que ela sempre lesa o interesse público em benefício privado; toda associação do político com o privado para apropriação dos recursos públicos, que pertencem à sociedade e que é fruto do trabalho de todos, mediante os impostos pagos pela população".