21 de fevereiro de 2011


É uma fotografia? Esta é a indagação corriqueira da maioria das pessoas que se depara com um quadro pintado pelo artista plástico Antônio Tavernard, um areia-branquense cuja obra está espalhada pelo mundo. Uma das suas principais dificuldades hoje é reunir um número suficiente de telas para realizar uma exposição. Antes mesmo de terminar um trabalho há sempre alguém aguardando com ansiedade."Pinto muito por encomenda", diz ele ao mostrar os quadros que vão ganhando vida entre tintas e pincéis, e manipulados com técnica e precisão. Qualquer fotografia que chega às suas mãos é retratada fielmente, com todos os detalhes captados pela lente do olhar. Ele começou reproduzindo em pinturas as imagens fotográficas, mas aconselhado por admiradores passou a dar vida própria a sua imaginação, gerando indescritíveis paisagens e figuras humanas, quadros que vão do realismo, do naturalismo ao impressionismo abstrato. Imagens que revelam uma concepção estética e poética.

Antônio Tavernard, aos 71 anos, pinta com o equilíbrio de uma criança. Mais do que uma atividade, a pintura para ele é uma terapia.

Aos dez anos de idade já despertava atenção. Começou, na realidade, desenhando em calçadas usando carvão. Naquele tempo, sua preferência por figuras de gibis, cowboy e Tarzan deram asas a sua vocação, evoluindo com o estímulo do seu pai, José Tavernad de Souza, que começou a comprar lápis de variadas cores e, a partir da evolução, foram chegando telas, cavaletes e aquarelas. Sei pai trabalhava numa empresa salineira, a Salmar e, certo dia, numa viagem para o Rio de Janeiro a serviço, comprou muito material que auxiliaria o filho a desenvolver a arte plástica.

Embora chegando a desenvolver outras atividades, Antônio Tavenard nunca tirou a pintura da sua vida, assim como nunca precisou fazer qualquer curso. "Sou um autodidata", diz com orgulho, acentuando que não só na pintura, mas nos demais aprendizados.


Por volta de 1971, quando o Porto-Ilha, base da distribuição do sal produzido no Rio Grande do Norte para o exterior, começou a ser construído, Antônio Tavernard começou a trabalhar com um grupo de americanos na obra. Logo aprendeu inglês e passou a ser intérprete, ficando muito tempo na profissão até montar um restaurante na praia de Upanema em Areia Branca, onde mantém até hoje, mas sem desviar da sua principal atividade: a pintura.

A prática e o aprendizado de cada dia

Todos os dias Antônio Tavenard segue seu satisfatório ofício esbanjando bom humor e dedicando o carinho especial pela arte. Sem pressa, ele vai dando vida as telas a óleo, misturando as cores e praticando o aprendizado através de novas descobertas.

"O mais difícil é o sombreamento, a mistura das tintas", enfatiza.E nesse prisma chega a pintar entre dois ou mais quadros ao mesmo tempo. Há quadros em que ele passa até dois meses para concluí-lo, o que vai depender do número de detalhes.As telas são comercializadas entre R$ 500,00 e R$ 4.000 mil, considerando o tamanho e a complexidade da obra.Sobre a possibilidade de realizar uma exposição, Antônio Tavernard diz que já pensou várias vezes em realizar, tem inclusive recebido muito incentivo para isso, mas reforça que faltam quadros, já que são requisitados por apreciadores da arte plástica de diversos recantos do país e do mundo.
fonte Gazeta do Oeste

0 comentários:

Postar um comentário












NOTÍCIA CRISTÃ

Tecnologia do Blogger.

Postagens populares

Arquivo