4 de abril de 2013


Lembro-me que, numa bela tarde do dia 10 de agosto de 2010, houve toda uma movimentação envolvendo vários segmentos da cidade, como prefeito, vereadores, comerciantes, empresários, cidadãos, todos com uma só expectativa: de que, a partir daquela tarde, com a inauguração oficial do Posto Policial na entrada da praia de Upanema, às margens da BR-110, pudesse trazer um pouco mais de tranquilidade ou segurança a toda comunidade areiabranquense, pois, naquela época, alguns meses atrás, as pessoas viviam em estado de insegurança devido os vários roubos, arrombamentos, assassinatos e até mesmo sequestro de pessoas da nossa comunidade.
O clima reinante de insegurança era tal, que em pouco tempo os próprios comerciantes, também vítimas dessa turma da malandragem, resolveram unir esforços junto ao Poder Público Municipal e, a partir dessa iniciativa, foi posta em prática a ideia de se construir esse posto policial, que serviria como uma base ou referência para inibir esses atos de delitos cometidos de forma até grave.
Se não me engano, os comerciantes patrocinaram os materiais de construção e a Prefeitura Municipal entrou com a mão de obra e outros equipamentos necessários ao bom funcionamento desse posto. Realmente foi uma data que deveria ficar permanente não só na memória, como também na realidade.
Os dias foram se passando e, realmente, a partir daquele momento, com esse posto, aqueles crimes que antes eram já tão constantes e comuns, passaram a diminuir sensivelmente. Alguns ainda ocorreram, mas em grau muito baixo, baixíssimo mesmo, havendo bons períodos de tranquilidade.
Durante dia e noite os policiais militares que ali estavam destacados para esse trabalho faziam uma espécie de averiguação, parando alguns carros, pedindo documentação, etc. Ora, isso foi o bastante para dar essa certa tranquilidade. Realmente aquele posto estava mostrando pra o que veio.
Mas. Alguns dias ou meses depois, não me lembro de bem, não só eu, mas toda a comunidade também ficou pasma com uma notícia de que aquele posto seria desativado. Deveria até mesmo ser destruído, não foi mesmo?
Qual a razão de uma reação tão forte e contrária a esse posto que tão bem estivesse fazendo a nossa população? Corrijam-me se estiver errado ou enganado, mas parece que simplesmente a Polícia Rodoviária Federal resolveu intervir e acabar, pois considerava um abuso da Polícia Militar, digamos assim, invadir a área (BR) que é como que a camisa de força da Polícia Rodoviária. Só quem poderia parar carros e pedir documentação seria ela, e ninguém se atrevesse a entrar nessa área que iria ou irá se dar mal.
Entendendo sim que há uma divisão de poderes ou funções específicas, digamos assim, entre as diversas polícias. Ora, mesmo assim, havendo essa divisão, mas cada uma delas só existe por causa do cidadão e, consequentemente, da população. A polícia quer seja Rodoviária, Militar, Civil ou o escambal, não é criada ou existe para dizer que tem uma farda bonita, não. O cidadão paga impostos para pagar salário dessas polícias, para que elas cumprem a missão principal: proteger e dar segurança ao cidadão.
Pois bem, parece que nesse caso, infelizmente, em vez do bom senso, prevaleceu a ciumeira entre essas polícias. Não sei exatamente o porquê, mas o fato é que a ordem de cima veio e a Polícia Rodoviária barrou mesmo o trabalho da Polícia Militar naquele posto. Só não destruiu o prédio, porque houve tal acordo e em vez de posto policial, passou a ter outra denominação.
Tudo bem, que a missão ou função ou sei lá o que for da Polícia Rodoviária é mesmo cuidar do trânsito principalmente em BR. Tudo bem. Agora, porque não cumpre essa missão aqui em Areia Branca? Por que não vem colocar funcionários lá naquele posto para fiscalizar e assim dar segurança à população?
Certamente vão dizer que não há tantos funcionários assim para disponibilizar para cada cidade esse tipo de ação. Poxa, então se não há tantos policiais rodoviários para cobrir nosso Estado, por exemplo, porque diabos desprezar o trabalho que a Polícia Militar tinha começado a fazer, e que vinha dando resultados positivos para a população?
A reação deveria ser outra: um agradecimento ao prefeito e aos comerciantes e à comunidade em geral, por ter tido uma iniciativa tão simples e bela, no sentido de não esperar só pela vontade das autoridades maiores, e tomarem ação para resolver uma situação crítica. Mas não, se sentiram enciumados e o que fizeram foi desfazer todo esse trabalho.
Resultado: o posto ficou desativado, entregue às moscas e só agora recentemente reaproveitadas para a base da ambulância do SAMU. E o pior: o resultado para a população é que novamente a cidade de Areia Branca está vivendo uma onda de insegurança, de alta violência, assassinatos, roubos, assaltos, arrombamentos, etc. Ninguém está mais seguro.
Enquanto não houver o funcionamento novamente daquele posto com o objetivo da sua criação inicial, de ser um ponto de fiscalização de quem entra e quem sai, a violência em nossa cidade tende a piorar cada vez mais. Mas, infelizmente, a Polícia Rodoviária não se sensibiliza com isso, e apenas, por questões de ciumeira, pois não encontro outra explicação ou justificativa para isso, vira as costas, não manda policiais para fazer permanentemente esse trabalho e ainda proíbe quem de fato quer por a mão na massa e procurar resolver. Parabéns a Polícia Militar, que naquele momento esteve à frente e contribuiu muito, muito mesmo para a paz e segurança do cidadão e das nossas famílias.
Ou os chefes dessas polícias baixam a crista da formalidade, e valorizam o que é mais importante, como a segurança do cidadão, ou enquanto brigam entre si pra um não invadir a área do outro, quem perde é o cidadão de bem. Agora, em vez disso, se elas se unissem, somassem forças, certamente mostrariam mais resultado positivo para a população, ao invés de querer apenas aparecer com uma farda diferente, como sendo mais bonita ou importante do que a da outra polícia.
Possa ser que eu tenha dito um bocado de besteira acima ou que isso signifique que não entendo nada das diferenças entre o papel das polícias. Mas o que sei de verdade e no real, é que o clima de violência e impunidade ta tão grande aqui, e agora não há esse trabalho de prevenção no posto da entrada da praia de Upanema feito nem pela Polícia Rodoviária nem pela Militar. E quem ta pagando o pagando somos nós, cidadãos indefesos e vítimas fáceis para ações delituosas dos marginais a qualquer hora do dia ou da noite.
Com a palavra, a Polícia Rodoviária Federal para dar uma satisfação à sociedade areiabranquense. Ou melhor: satisfação não, queremos AÇÃO PERMANENTE.

Gilson de Souza

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