28 de junho de 2018
Procuradora concedeu prazo de 60
dias para administração municipal adotar primeiras medidas. Barraqueiros se
dizem interessados em regularizar a situação ilegal em que se encontram.
A audiência pública promovida
pelo Ministério Público Federal (MPF) nessa terça-feira (26), sobre a ocupação
das praias de Tibau do Sul, resultou na estipulação de prazos para que a
prefeitura local tome as medidas iniciais com vistas a regulamentar a ocupação
de praias como Pipa, Madeiro, do Amor, entre outras. Essas medidas incluem
cadastramento dos barraqueiros (em 30 dias), assinatura do termo de adesão à
gestão das praias e revitalização do comitê gestor da Orla, dentro de 60 dias.
Mais de 150 pessoas lotaram
plenário, galeria e corredores da Câmara Municipal de Tibau do Sul e
acompanharam os debates presididos pela procuradora da República Clarisier
Azevedo e que contou com a participação de associações locais, além do promotor
de Justiça Sidharta John Batista; do prefeito Antônio Modesto; do diretor geral
do Instituto de Desenvolvimento e Meio Ambiente (Idema/RN), Rondinelle Silva;
da procuradora do Estado Marjorie Madruga; do representante da Secretaria do
Patrimônio da União (SPU), Neilor Barbosa; e de vereadores.
A representante do MPF lembrou
que a praia é de uso de todos e não pode ser submetida a uma “privatização por
parte de alguns”. Ela esclareceu que o interesse já demonstrado pelo Município
de aderir ao termo de gestão das praias não isentará a Prefeitura de respeitar
todas as exigências legais, inclusive as que preveem diversos estudos para o
licenciamento de qualquer intervenção na área.
Clarisier Azevedo acrescentou que
as possíveis barracas a serem previstas no futuro projeto de urbanização só
poderão ser concedidas através de licitação. “E se unir em associações é a
melhor forma de vocês, atuais barraqueiros, se tornarem mais competitivos nessa
futura licitação”, alertou.
Mudanças - Ana Marcelina
Teixeira, do Idema, apresentou imagens comprovando a ampliação do número de
barracas nas praias de Tibau do Sul nos últimos 20 anos. Já Francisco Igor
Aires, da SPU, mostrou os resultados da última fiscalização realizada na área –
consequência de uma recomendação do próprio MPF – e que resultou na aplicação
de R$ 236 mil em multas e em 53 autos de infração, além de 10 desocupações.
Jussara Mariano, do Grupo Salva
Vidas, clamou aos gestores por uma saída viável para o problema e pela participação
da sociedade civil na busca por soluções. “Se depender só da gestão pública,
não vai funcionar”, resumiu. Pedro Vicente Júnior, do EducaPipa, também
reforçou a importância da participação popular e lamentou o enfraquecimento dos
conselhos, como o do Projeto Orla, cobrando que a presidência deles não fique
atrelada aos mandatos dos prefeitos, “se não a cada quatro anos muda a gestão e
aí muda toda a política e voltamos à estaca zero”.
Barraqueiros - Os donos e
empregados das barracas reconheceram a situação de ilegalidade em que atuam e
listaram os prejuízos de não contarem com qualquer segurança jurídica. “A
ilegalidade não é boa para ninguém. Você toda hora fica olhando pra cima da
falésia pra ver se vem alguém lhe tirar dali”, enfatizou Cristiano Silvestre,
da Praia do Amor.
Patrícia Severo, da associação
dos barraqueiros da mesma praia, lamentou o temor constante que a categoria tem
das fiscalizações e disse que todos defendem a urbanização, mas questionou como
será feita e lembrou que a estrutura já é elogiada pelos turistas. Esse
argumento foi reforçado por Fabiani Miotti, da Praia do Madeiro, que destacou a
geração de empregos diretos e indiretos e detalhou medidas de proteção
ambiental que já vêm sendo tomadas.
Carine Medeiros, da Praia do
Amor, lembrou da necessidade de se garantir recursos e financiamentos para que
os barraqueiros possam investir nas melhorias que vierem a ser exigidas pelo
projeto de urbanização ou mesmo concorrer na licitação. O advogado Andreo
Macedo declarou que os donos de barracas estão dispostos a ceder em muitos
pontos, desde que tenham garantia de poder continuar ganhando o sustento de
suas famílias.
Posicionamentos – O diretor do
Idema defendeu a construção de uma solução conjunta para o problema e a participação
popular no modelo de gestão das praias, mas advertiu que nenhuma saíra irá
“agradar 100%”. A procuradora Marjorie Madruga preveniu que o número e tamanho
das barracas a serem admitidas em uma futura urbanização terá de levar em conta
a capacidade de suporte das praias e todas variantes ambientais, como as
falésias e a desova das tartarugas marinhas.
O prefeito Antônio Modesto, por
sua vez, reafirmou o interesse de assinar o termo de gestão das praias e disse
que o projeto de urbanização ainda é “apenas uma ideia”. Ele defendeu o
interesse dos barraqueiros em buscar uma segurança jurídica e destacou os
benefícios que o ordenamento trará para o município. A presidente da Câmara,
Célia Carneiro, e os vereadores Antônio Henrique e Josué “Mourinha” defenderam
o direito de os barraqueiros trabalharem, mas reconhecendo que a atividade
precisa ser exercida de forma sustentável para o turismo e para o meio
ambiente.
O promotor Sidharta Batista
frisou que os problemas hoje existentes nasceram da omissão do poder público,
que não agiu preventivamente para ordenar a ocupação das praias, e que a
solução não pode se dar de forma politizada. “Pipa cresceu torta por causa dos
gestores, não podemos permitir que as praias também cresçam tortas. Não é
possível se pensar, em termos de meio ambiente, que sempre cabe mais um”.
Para o MPF - diante do
cadastramento das atuais barracas - deve ser adotada a “tolerância zero” com a
instalação de novos empreendimentos. “Quem vier montar barraca nas praias a
partir de agora terá ajuizado contra si imediatamente ação civil pública e ação
criminal”, alertou a procuradora. Clarisier Azevedo explicou ainda que somente
após a assinatura do termo de gestão e da revitalização do comitê gestor do
Projeto Orla novos passos poderão ser analisados.
Confira imagens na galeria de fotos
http://www.mpf.mp.br/rn/sala-de-imprensa/noticias-rn/audiencia-do-mpf-registra-avancos-no-debate-sobre-ordenamento-das-praias-em-tibau-do-sul-1
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