O presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Rafael Godeiro, assumiu interinamente o Governo do Estado. O titular do cargo, Iberê Ferreira (PSB), licenciou-se por uma semana para se dedicar à reta final da campanha eleitoral. A transmissão de cargo ocorreu ontem à tarde. Longe de ser apenas um ato formal, no discurso de posse o governador em exercício já trouxe um tom de austeridade, ao afirmar que não irá admitir disputa de poder entre o Executivo e o Legislativo. A declaração foi uma clara referência a alguns projetos que estão emperrados na Assembleia Legislativa, como o aumento da verba de crédito suplementar. O desembargador ressaltou que serão adotadas “todas as medidas possíveis” para evitar qualquer prejuízo ao povo potiguar. “Se tiver empecilho iremos tomar todas as providências legais, cabíveis, para que o povo do Rio Grande do Norte não seja prejudicado por questão burocrático ou disputa de poder entre o Legislativo e o Executivo. Essa disputa só prejudica é a população”, frisou o novo governador. Ele destacou ainda que “não decepcionará o governador Iberê Ferreira, o poder Judiciário, o poder Legislativo e o povo do RN”. No primeiro discurso como governador do Rio Grande do Norte, Rafael Godeiro disse acreditar que o afastamento de Iberê Ferreira do Executivo foi uma forma também de homenagear o Judiciário potiguar. “Vamos dar continuidade para que tudo continue a funcionar da melhor maneira possível”, destacou. A solenidade de transmissão foi rápida, durou menos de 20 minutos. No entanto, bastante concorrida. Além dos auxiliares de primeiro escalão, participaram também diversos desembargadores e assessores do Tribunal de Justiça. No discurso de transmissão, o governador Iberê Ferreira disse que se licenciava pela necessidade de se dedicar 24 horas por dia a campanha eleitoral. “Estou saindo para me dedicar a esse momento histórico porque acredito que o RN não pode retroceder”, frisou para, logo adiante, citar um trecho da música de Caetano Veloso: “não estou indo embora, esto preparando a hora de voltar”. O governador observou que não teria como continuar no cargo, na dedicação que dará ao processo eleitoral. “Não seria justo, não seria ético me dedicar 24h do dia ao processo eleitoral e faltar tempo para me dedicar a administração pública. E sendo sobretudo na presidência do TJ o desembargador Rafael Godeiro, um homem íntegro, serio, competente, nada mais justo do que passar o Governo na certeza e convicção que as coisas irão continuar caminhando bem”, completou. Agora como governador em exercício, Rafael Godeiro despachará no gabinete da Governadoria.Durante o período em que estiver no Executivo, a presidência do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte será ocupada pelo vice-presidente, desembargador Amaury Moura.