19 de maio de 2019
O tremor gerado pelo
colapso da estrutura poderia causar uma reação em cadeia provocando o
rompimento da Barragem Superior Sul que está 1,5 km abaixo e em nível máximo de
alerta.
Segundo a Defesa Civil
Estadual, não é possível mensurar o tamanho da estrutura que pode ruir, mas o
colapso pode gerar um abalo. Ainda de acordo com o órgão, um abalo pode
provocar um gatilho para liquefação e com isso a Barragem Sul Superior se
romper. Em nota, a Vale disse que continua monitorando o talude norte 24 horas
por dia.
Em fevereiro, 443 moradores da
chamada zona de autosalvamento, a primeira a ser atingida por uma possível onda
de rejeitos, já foram retirados de suas casas em fevereiro, quando o nível de
segurança da barragem foi elevado para 2. Em março, o nível chegou para três.
Outras cerca de seis mil pessoas
estão dentro da zona secundária de salvamento (ZSS), a quase 16 quilômetros do
complexo de Gongo Soco. Neste perímetro, a onda de rejeitos pode chegar em
cerca de uma hora e 12 minutos. Um simulado de emergência foi feito neste
sábado por causa de um possível rompimento da barragem.
O
Ministério Público de Minas Gerais expediu, na quinta-feira (16), uma
recomendação à Vale para que a mineradora mantenha a população de Barão de
Cocais informada sobre os riscos, danos e impactos de um possível rompimento.
A Justiça de Minas Gerais pode multar a Vale em
R$ 300 milhões por descumprir determinação de apresentar estudo completo com
impactos e danos de um possível rompimento da Barragem Sul Superior. A decisão
obriga a mineradora a apresentar o chamado “dam break” em até 72 horas.
Em nota, a Vale disse que
apresentou relatório mais atualizado de dam break da Barragem Sul Superior no
prazo determinado pela justiça. A mineradora disse que explicou, naquela
oportunidade, a adequação dos critérios técnicos. A empresa alegou ainda não
ter sido intimada de qualquer decisão quanto a eventual descumprimento da
decisão liminar.
Menos de 30% dos cerca de seis mil
moradores de Barão de Cocais participaram do simulado de rompimento da Barragem
Sul Superior da Mina Gongo Soco, da mineradora Vale, realizado neste sábado
(18). Seis mil pessoas eram esperadas.
O tenente-coronel Flávio Godinho, da
Defesa Civil Estadual, muitas pessoas deixaram de participar deste simulado
porque disseram que já haviam participado do primeiro e que já conhecem as
rotas de fuga. Ele considerou que, apesar da baixa participação, a mobilização
foi grande na cidade e que a simulação atingiu o objetivo.
Este é o segundo treinamento de
evacuação de áreas de risco na cidade neste ano. O primeiro foi feito em 25 de
março, quando a barragem entrou em alerta máximo com o nível elevado para 3.
No primeiro simulado, 3,6 mil pessoas
participaram, o que representou cerca de 60% do total. Neste sábado (18),
segundo a Defesa Civil de Minas Gerais, foram somente 26,75%, que representa
cerca de 1,6 mil pessoas.
Às 15h, carros de som espalhados na
cidade alertavam para o início do treinamento. Dentro da mineradora, as sirenes
foram acionadas no mesmo horário.
O simulado também foi feito em um
tempo maior do que a primeira experiência. Em março, foram necessários 32
minutos para reunir todos as pessoas em pontos de encontro na cidade. Já neste
sábado, foram necessários 43 minutos para colocar todos os participantes em
pontos seguros.
Obras de
contenção na barragem
A Vale informou que começou, na última quinta-feira (16), a
terraplenagem para a construção de uma contenção de concreto a seis quilômetros
abaixo da barragem Sul Superior. O objetivo da estrutura é reter grande parte
do volume de rejeitos caso a barragem se rompa.
Além disso, a mineradora está instalando telas metálicas e posicionando
de blocos de granito para reforçar esta barreira física contra um possível
vazamento da barragem.
Os cerca de seis mil moradores estão dentro da zona secundária de
salvamento (ZSS). Neste perímetro, a onda de rejeitos pode chegar em cerca de
uma hora e 12 minutos. Outros 443 moradores da zona de autosalvamento já foram
retirados de suas casas em fevereiro, quando o nível de segurança da barragem
foi elevado para 2. Já em março a estrutura entrou em alerta máximo de
rompimento com o nível elevado para 3.
A Defesa Civil afirmou que já tem uma equipe de plantão na cidade e mais
agentes estão a caminho nesta sexta-feira (17). Disse também que Barão de
Cocais está toda sinalizada com as rotas de fuga e que a Prefeitura inclusive
teve a iniciativa de pintar os caminhos nas vias.
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