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11 de fevereiro de 2011



Eles podem ser chamados os "heróis da resistência". Em meio aos obstáculos e dificuldades os irreverentes "ursos" e "bicharadas" dão o ar da graça nesse período que antecede ao Carnaval. Renitentes, tomam conta das ruas nas manhãs e tardes ensolaradas, com suas danças espalhafatosas e o toque inconfundível produzido pelos "cansados" instrumentos.
A brincadeira dos "ursos" envolve os apaixonados pelo Carnaval, independente de idade. Mas é junto à garotada que eles se sentem o máximo, pois apesar da modernidade e da convivência com os mais estranhos personagens que o mundo virtual oferece, há crianças que ficam apavoradas com a passagem dos "ursos". E essa é a verdadeira magia da brincadeira, que é uma tradição que remonta há décadas.
O que caracteriza o "urso" é o visual, que não muda nunca. As pesadas vestimentas feitas de agave e nylon desfiados resistem ao tempo. Informações levantadas junto aos brincantes mais antigos indicam que a "bicharada" no município de Areia Branca surgiu em meados da década de 1940.
Entre os pioneiros da brincadeira nas ruas da cidade está os antigos embarcadiços que por aqui chegaram em épocas passadas, mais a nível local foi o velho Júlio de Noca e a família Gama. Apaixonados por Carnaval, Luiz da Gama e seus filhos João e Brando foram quem inicialmente introduziram "urubu”, “urso preto e branco" e "dragões" no Carnaval local. Com o passar dos anos, esses estranhos animais, porém adorados, enriqueceram a trajetória do evento, se constituindo em um referencial para os amantes da picardia.
Faltando poucos dias para o início de mais um Carnaval, os "ursos" estão nas ruas angariando as moedinhas cada vez mais escassas. Mesmo assim eles seguem em frente, aproveitando as vestimentas do ano anterior, outros de "cara limpa". Mas nenhum com menos entusiasmo do que o outro.
Hoje, existem poucos "ursos" e "bicharadas" na cidade, mas no passado eles dominavam o Carnaval local. Da nova geração de brincantes, um dos destaques é Paulo César de Brito, um dos fundadores do Bloco Rei da Bicharada (BRB). Ele lamenta que as "espécies" (se referindo aos "ursos" e "bicharadas") estão em processo de extinção. "Parte dos veteranos já se foi. É o caso da família Gama, "Surica", "Bitoza", "Cação", "Adi", "Chicão", "Raimundo Calunga" e muitos outros", cita com certo saudosismo.
De acordo com Paulo César, além do BRB outros blocos dividiam a preferência do público ao longo dos anos, sendo um dos mais populares, depois do BRB, o Bloco Rei (BR), do saudoso carnavalesco José Lopes da Silva ("Surica"),que hoje conta no comando com Amaro Gonçalves, João de Biguinha e Marlon Souza. Esse bloco é um dos mais antigos, chegando há seis décadas.  
O bloco BRB é um exemplo de superação, pois parte de sua formação, desde os primórdios, consiste na hereditariedade da família Brito, formada pelo veterano carnavalesco Vicente Brito. Depois vieram os filhos, netos, bisnetos e a intenção é que as gerações futuras dos Brito preservem essa brincadeira.

Nesse ano de 2011, o bloco BRB fará uma homenagem póstuma a um dos seus fundadores Raimundo Nonato de Brito, que em novembro do ano passado de forma trágica tirou a sua própria vida, se enforcando. Será feito uma justa 

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