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22 de dezembro de 2011

Agora foi a vez da majestosa calçada da nossa igreja, é o fim do átrio de entrada da Matriz da Conceição, com seus imponentes degraus, e nela ficaram as lembranças..., qual criança não brincou na calçada da igreja? Lá foram palcos de apresentações de orquestras, teatros e musicais: culturais e religiosos. Parece que o pensamento de “restaurar e preservar” não faz mais parte da nossa cultura, e o que é velho tem sempre que dar espaço ao novo.
Ao completar 100 anos pensamos que pudesse ser feito uma grande restauração, baseada em seu projeto original de arquitetura do século XIX e vitrais estilo europeu, para seguir por mais outros centenários e não uma tamanha reformulação.   
As pessoas mais antigas chamavam este espaço grandioso, que margeia o nosso rio Ivipanim de “O patamar” da igreja, local de encontro, conversas, namoros... sejam eles matutinos, vespertinos ou noturnos, enfim, local dos pescadores, canoeiros e antigos vapozeiros. Agora nos parece mais um “Puxadinho”, pois teve seu tamanho, significativamente, reduzido para dar a forma de um barco e confundir mais ainda turistas e visitantes sobre qual é a Igreja dos Navegantes. E que talvez agora fique até mais fácil “é aquela sem o barco!!!!”. Além disso, de acordo com a nossa História, nossa cidade nunca se chamou “Porto da Conceição”, essa é uma denominação criada a um tempo para se referir à igreja, de acordo com o historiador areiabranquense Aristides Siqueira que cita, em seu blog, da seguinte forma:   


A edificação da matriz foi criada por D. Antônio Cabral, segundo Bispo de nossa diocese, em 8 de novembro de 1885 e teve seu inicio pela capela-mor quando ali fazia suas missões o capelinho Frei Venâncio, um italiano alegre, que induziu a população a chamar Porto da Conceição, razão pela qual muita gente assim se pronunciava durante bastante tempo.”
Aristides Siqueira Neto, em 31/01/2011.
Ao pesquisarmos a Lei 1037 de 26 de outubro de 2006, que trata sobre o Plano Diretor Participativo do nosso Município, vimos que:
“Art. 13. São diretrizes da política territorial e urbana:
XVI. direcionar o planejamento municipal de modo a proteger, preservar e recuperar o meio ambiente natural e construído, bem como o patrimônio cultural, arquitetônico, histórico, artístico, paisagístico e arqueológico;”

Acessibilidade: Acreditamos que não há justificativa para tanto. O conceito acessibilidade, tão debatido hoje, em todos os meios para pessoas de necessidades especiais e idosos, nos parece que foi totalmente esquecido. Sabemos que os maiores freqüentadores da igreja são pessoas mais idosas, no entanto as calçadas laterais perderam a rampa e os degraus de acesso, além de ter aumentado em cerca de 30cm a mais dificultando o seu acesso, obrigando as pessoas a uma única entrada: pela frente ou... como diz e faz minha querida mãe: “a gente agora só tem que subir pela praça”.
Beleza: Algumas pessoas conformistas (que não querem contrariar a igreja) dizem: “Ah! mais vai ficar bonitinha” e confundem a beleza com a importância da originalidade. Como por exemplo, o piso em porcelanato (ideal para lojas, shoppings e magazines) ficou bonito, mas se recuperado o mosaico original teria sido bem melhor. Afinal, um patrimônio cultural, artístico e paisagístico, seja ele em qualquer lugar tem que estar sempre preservado, para que quando um filho da nossa terra vier nos visitar, depois de longo tempo, gostaria de vê-la como imagina na sua lembrança, dos seus pais, avós...
Opinão: Não queremos aqui confrontar com a nossa igreja, mas sim expressar o nosso pensamento, o pensamente do nosso povo, do povo Areiabranquense nato e de fato, da nossa gente que vai conviver pra sempre com mais esta mudança paisagística drástica, do traçado original da nossa cidade. Como assim diz meu amigo Professor de História Nonato: “Nunca vá contra a Igreja, Napoleão Bonaparte e um ex-prefeito perderam, e até hoje ele paga pecados por apagar a luz da igreja”.
Ninguém nos pediu, mas este é apenas o nosso pensamento e a nossa opinião e o da maioria das pessoas que convivemos e conversamos.
Grato.
Ivan Seixas.
Funcionário Público
Contador/Auditor Especialista
Gestor Ambiental


5 comentários:

Concordo com a preservação. Todavia, acho que a modificação da calçada não vai enterrar a história da capela. É sempre preciso saber conciliar o velho e o novo, para que o velho não caia no desgosto do povo novo nem para que o novo seja pressuposto para se livrar do velho. A modificação da calçada, no meu modo de ver, é bem vinda. Só acho que o trabalho do arquiteto poderia ter sido melhor desenvolvido e robustecido. O espaço poderia ter sido aproveitado para dar um tom de embarcação muito mais imponente e realista; poderia ter sido feito da proa um mirante, alto, de onde as pessoas pudessem contemplar o por do sol em um local bem mais elevado. Como nas embarcações antigas, poderiam colocar cordas de sustentação puxadas da proa para o convés (pico da capela), onde poderiam ser asteados os símbolos nacionais, regionais e municipais. Faltou criatividade ao projetista. O desenho ficou comum, a oportunidade poderia ter sido melhor aproveitada.

Anônimo disse...

Parabéns pela iniciativa, também tenho ouvido muitos comentários sobre essa transformação e sito que ela não agradou a maioria da população.

Anônimo disse...

Parabéns

Anônimo disse...

Muito bem levantado, este é realmente o pensamento da grande maioria dos AREIABRANQUENSES, afundaram a antiga, imperosa e saudosa calçada da Igreja para que submergisse um novo, acanhado e simplório barco, desprovido de toda e qualquer história, lembranças e amor.

Jeane Rebouças disse...

Parabéns Ivam, até que enfim alguém fez comentário sobre a questão, pois no minímo de qualquer nível de conhecimento a ordem dos discursos é preservar a história, e o que vemos em Areia Branca - rn é um total desmando, pois a história foi reformulado é?!



Jeane Rebouças

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