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8 de março de 2020

Romanos é muito mais que uma simples carta, é um tratado teológico. É o maior compêndio de teologia do Novo Testamento. Nenhum livro da Bíblia exerceu tanta influência sobre a teologia e nenhuma outra carta de Paulo revela de forma tão clara o pensamento teológico do apóstolo aos gentios.
Neste momento, o prezado leitor deve estar perguntando o porquê dessa introdução. A carta aos Romanos é singular não apenas quanto ao seu conteúdo, mas também quanto à sua conclusão.
O apóstolo escreve: Recomendo-vos a nossa irmã Febe, que está servindo à igreja de Cencréia, para que a recebais no Senhor como convém aos santos e a ajudeis em tudo que de vós vier a precisar; porque tem sido protetora de muitos e de mim inclusive.
Febe era uma mulher que realizara excelentes serviços à igreja e assim, a recomendação tinha de ser proporcional ao seu caráter e devoção.
Uma carta de apresentação daria à Febe acesso à igreja de Roma. Ela era membro da igreja de Cencreia, onde se localizava o porto de Corinto, há 15 quilômetros a leste da cidade (At 18.18). A igreja de Cencreia talvez fosse congregação da igreja metropolitana de Corinto.
O nome Febe significa “radiante ou brilhante”, que era título do deus Apoio, e isto pode demonstrar os antecedentes gentílicos dessa cristã.
Paulo, ao mencionar Febe, mostra o importante papel da mulher cristã na igreja. Febe era uma obreira da igreja de Cencreia. A palavra grega diakonon, usada pelo apóstolo para descrever Febe, é o feminino do termo diáconos, que significa “diácono”. Assim, ela é chamada de “serva” ou “diaconisa”. Outras versões bíblicas trazem “servindo à igreja” também. O termo “diaconisa” pode referir-se à função diaconal ou apenas que ela trabalhava na igreja.
Em relação a ser diaconisa, pesa o fato de levar uma carta na qual Paulo pede hospedagem para ela. Porém, o mais importante é: serva na igreja. Ser servo de Deus é fácil. “Sirvo a Deus, não aos homens!”, diz o irmão ruim de relacionamento. Servo da igreja. Esta é maior que nós, e não somos seus donos, mas servos. Além de serva, cabem também “protetora”, “ajudadora” ou “tem ajudado”. Ela era serviçal.
Vida cristã é servir, e não ser servido. Há os que querem ser servidos, mas não servem. O crente que não serve (não presta serviço) não serve (não presta). A igreja é um espaço de serviço, e nela servimos tanto a Deus quanto aos irmãos. Resgatemos a autoridade da igreja: nós a servimos, e não nos servimos dela
Ainda merece destaque o importante papel do cuidado mútuo na igreja (Rm 16.2). Febe era protetora de muitos, inclusive do apóstolo Paulo. A palavra grega prostatis significa “ajudadora, patronesse”; ou seja, prostatis era um representante legal e um protetor rico. O estudioso Leenhardt diz que prostatis designava o representante legal e o protetor dos estrangeiros, uma vez que eles eram privados de garantias jurídicas. Essa palavra ainda tinha o sentido de patrocinadora. Desse modo, isso demonstra que Febe era uma mulher de posses que usava sua riqueza para apoiar a igreja e também o apóstolo.
Febe usou seus recursos não apenas para seu deleite e conforto, mas também para sustentar e socorrer muitos irmãos. Era uma mulher altruísta, abnegada, desapega- da das coisas materiais, mas às pessoas. Sua vida, sua casa e seus bens estavam a serviço da igreja. Ela não se trancou para viver confortavelmente em um castelo seguro em meio às tempestades da vida, mas serviu de porto seguro para muitos que estavam sendo castigados por vendavais furiosos das circunstâncias adversas.
Destacamos ainda o importante papel da recepção calorosa na igreja (Rm 16.2). A igreja de Roma deveria receber Febe no Senhor como um membro da família de Deus e ajudá-la em tudo que precisasse. A palavra grega parasthete, traduzida como ״ajudar”, significa auxiliar, assistir, ficar atrás a fim de empurrar ou sustentar alguém. Chegara o momento de Febe colher os frutos de sua semeadura. Ela havia cuidado de muitos e agora deveria ser alvo do cuidado da igreja de Roma. A igreja é a comunidade da ajuda mútua.
Quais as lições que aprendemos com a vida de Febe?
A conversão muda a vida da pessoa. O brilho em sua vida era o da lua. Convertida, o brilho passou a ser o de Cristo. Qual o brilho de nossa vida? Artistas de TV? Pensadores seculares? Ou Cristo? Não podemos continuar as mesmas pessoas que éramos.
A compreensão de que a vida cristã é servir, e não buscar benefícios é necessária. As pessoas escolhem uma igreja como quem escolhe uma prestadora de serviços, em vez de pensar que são chamadas a prestar serviços.
Uma marca acentuada de Febe: sua vida beneficiava os irmãos. Nossa vida beneficia alguém? Ou queremos apenas os benefícios da vida cristã? Somos úteis?
Uma marca da vida dos cristãos daquela época: eles se apoiavam, hospedavam uns aos outros e ajudavam -se mutuamente. Suas vidas não eram estanques e a fraternidade não era apenas apertar as mãos na hora de um cântico, mas ela se mostrava em todas as esferas da vida. Somos fraternos fora do culto?
Referências bibliográfica
WIERSBE, Warren W. Comentário Expositivo. Santo André: Geográfica Editora, 2006
Diácono Rerison Brazão.
Feliz dia Internacional da mulher.

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