Quando ainda era uma jovem senhora, nos tempos em que a fé evangélica era uma afronta a crença dominante, Josefa Oliveira abraçou a causa do Evangelho, aceitando a Cristo e recebendo dele o perdão de seus pecados. Mesmo com todas as circunstancias se pondo ao contrário e de encontro a sua conversão, ela manteve-se firme, inabalável e crente em Jesus Cristo.

Foram anos de lutas. O observador mais atento, mais próximo, poderia afirmar que sua vida foi uma constante luta.

Na Assembleia de Deus, onde por meio do batismo tornou-se filiada, foi mola propulsora e arrimo de pastores e de suas famílias. Lembro-me, e ela contava isso com orgulho, de sua ligação fraternal – quase maternal – com a família do pastor João Gomes.

Os anos passaram, os cabelos ficaram embranquecidos, suas mãos e braços, antes fortes e viçosos, tornaram-se frágeis. A saúde, abalada pelos anos, a mente, cansada e embaçada, já lhe negava a lembrança de muitas das histórias vividas.

Mas, quem acompanhava sua reclusão domiciliar era testemunha, a voz e a fé permaneceram inalteradas.

A voz, por capricho de um Deus Soberano, de timbre acentuado, marcou época em cultos, círculos de oração e em sua casa, quando se ocupava das tarefas do lar. Embora não conseguisse lembrar da própria história de sua vida, não esqueceu dos “mais belos hinos e poesias, escritos em tribulação”. Alçava a voz e entoava louvores, em adoração ao Deus que se importou com sua vida.

A fé era viva! Tão viva que afirmava, até o último momento, que seus pecados haviam sido perdoados por Cristo e que era crente na Pessoa dele.

Não teremos mais a irmã Zefa entre os viventes. Ela já descansa nos braços do Pai, livre de tudo! Nem pecado, nem dor, nem tristeza, nem esquecimento poderão alcançar a dimensão espiritual onde foi promovida.

Fica sua marca, sua história, sua família e um legado inapagável: a fé que uma vez foi entregue aos santos!

Até logo, irmã Josefa!

Por Joílson Gomes