11 de julho de 2012

Com 56 votos a favor da cassação e 19 votos contra, o Senado cassou hoje (11) o mandato do Senador Demóstenes Torres, 51 anos. O senador teve seu mandato cassado por quebra de decoro parlamentar e ficará inelegível até 2027. Com a perda do mandato, Demóstenes também perde o foro privilegiado e deixa de ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal, onde é alvo de inquérito. Como é procurador de Justiça do Ministério Público de Goiás licenciado, Demóstenes passa a ter como foro o Tribunal de Justiça de Goiás. A sessão do Senado teve início às 10h da manhã e terminou por volta das 13 horas. O primeiro a discursar na tribuna foi o senador Humberto Costa (PT-PE), que foi relator do caso no Conselho de Ética e encaminhou seu parecer pela cassação de Demóstenes. Depois dele, falou senador Pedro Taques (PDT-MT), que foi relator na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça do Senado). Após a fala dos dois, discursaram os demais parlamentares que se inscreverem, começando pelo senador Mário Couto (PSDB-PA). O senador foi alvo de várias denúncias, como a de ter recebido uma cozinha de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso pela Polícia Federal no fim de fevereiro durante a Operação Monte Carlo sob acusação de explorar jogos ilegais e corrupção. Foi denunciado por ter relações não apenas profissionais como também pessoais com o bicheiro Cachoeira, sendo suspeito de ter utilizado o mandato parlamentar para auxiliar nos negócios do contraventor. Demóstenes sempre alegou que sua relação com Cachoeira, revelada em gravações da Polícia Federal, se limitaria à amizade e que não sabia de qualquer atividade ilegal. Interessante notar que o senador sempre criticou os políticos desonestos. No caso de Renan Calheiros, Demóstenes afirmou ser intolerável que o presidente utilize a estrutura funcional do Congresso para cometer crimes. Já no caso José Roberto Arruda, o senador defendia a expulsão sumária do político. Isso tudo demonstra o falso moralismo que o senador empregava perante a sociedade e o Congresso.
Demóstenes, além de senador era também presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado – a mais importante da Casa. Participou da formulação do novo Código Penal e foi um dos mais incisivos parlamentares a cobrar investigações sobre seus colegas José Sarney (PMDB-AP), Renan Calheiros (PMDB-AL), entre outros. Elegeu-se pela primeira vez apenas em 2002, pelo PFL (atual DEM). Tentou o governo de Goiás em 2006, mas acabou com apenas 3,5% dos votos na eleição vencida por Alcides Rodrigues (PP), aliado de seu maior rival político, o atual governador Marconi Perillo (PSDB). Foi reeleito senador em 2010 pelo DEM.A cassação de Demóstenes é apenas a segunda do Senado Brasileiro, apenas Luiz Estevão (DF) foi cassado, em 2000, e perdeu os direitos políticos até 2014.

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